O titulo do texto é para ilustrar a ideia de que eu tive ao
montar esse blog, da ideia de expor a minha vida com uma Vespa PX200 1986
branca que carinhosamente apelidei ou nomeei de Petúnia. Experiências felizes e
infelizes dificuldades em cima de uma moto em plana decadência em 1998, que dai
em diante enfrentaram inúmeras dificuldades em encontrar peças, mão de obra especializada
e ate mesmo retirar duvidas simples em saber se usava corretamente ou pessoas
apontando o dedo ao passar pela rua dando risada ao ver uma moto considerada
ultrapassada e velha soltando fumaça.
Após esse período aprendi algumas coisas horas com ajuda e
outras sozinho e fui vendo que após um tempo as coisas começaram a mudar
principalmente lá fora com o aparecimento (ou reaparecimento), da Star
fabricada pela LML e com a ascensão da Sipscootershop vi uma luz no fim do túnel.
Com essa moda de restauração de carros e motos o modismo vintage programas de
canais pagos mostrando para as pessoas a respeito e sobre restauração e andando com
veiculo antigos mudou o olhar nas ruas em relação à Vespa, as rizadas deram
lugar ao comentário repetitivo de “relíquia raridade”. Quando pensei em
escrever um blog ainda não existia muito blogs ou paginas na internet a
respeito da Vespa tive como inspiração um blog Português de um cara que comprou
uma Star 150 motor 2 tempos, que começou a passar algumas dificuldades
parecidas ai pensei que não seria uma má
ideia em fazer uma pagina nos
mesmos moldes, mas muita coisa mudou desde então e a existência de uma pagina simples como essa acabou sendo irrelevante.
Do inicio do blog para hoje o cenário brasileiro mudou, com
o tempo surgiram mais pessoas interessadas e comentavam as mesmas coisas e
aparentemente queriam as mesmas coisas, em ter no Brasil um pouco do que esta
acontecendo no mundo em relação à Vespa. Lembro que eu fazia parte de um grupo
no Yahoo onde trocávamos experiências e ideai-as a respeito de como queríamos ter
aqui um pouco do que estava acontecendo em relação de lançamentos e encontros existia
alguns que queriam ate a presença da LML nos pais para poder ver de perto a
tal scooter 4 tempos.
Com o passar do tempo às conversas deram lugar a comentários
maldosos e um querendo saber mais do que o outro e mostrando que tinha mais do
que o outro, o que antes só era ter uma Vespa PX 200 passou a ter mais que isso
e não só isso.
Minha vida mudou muito e a razão em ter uma pagina dedicada
a escrever as aventuras e desventuras de ter um Vespa brasileira foi deixando
de ter sua razão, a própria Vespa que deu o nome ao blog e que fez parte da minha vida há 11
anos já não faz parte mais a 6 anos , não foi muito fácil mas acabou sendo necessário
pois na época apareceu outra PX 200 ELESTART 87, bem mais conservada do que a Petúnia.
Fiquei um tempo com duas PXs arrumei o necessário na nova (ou velha) amiga e
percebi que a Petúnia ao invés de me dar alegrias que foram poucas acabaria em
me acarretar em muitas despesas por inúmeros motivos, acabei vendendo ela por
conselhos insistentes de um amigo, confesso que não foi fácil mais com certeza
foi melhor. No lugar dela veio outra Vespa uma 150 Super 1979 e outras que
ficaram paradas. Como eu já escrevi a minha vida mudou e acabei não tendo um
tempo para me dedicar ao blog por estar envolvido com banda, estudos, trabalho
e vida afetiva e com isso fui aprendendo mais observar do que escrever ou
falar.
O cenário nacional mudou de uma forma não muito boa, como
sempre lemos por ai quantidade não é qualidade, o numero de apreciadores da Scooter
Italiana aumentou, mas com isso não trouxe uma melhora em relação ao que vemos
acontecer fora do país.
Um tempo atrás estive envolvido com um evento onde na minha
ideia era compartilhar o meu gosto pela Vespa e mostrar mais lugares onde poderíamos
dar uma volta no fim de semana com as motonetas, ao invés de agregar amigos acabei
recebendo comentários maldosos, no dia do evento um amigo escutou dois indivíduos
no banheiro do lugar onde ocorreu o evento falando que eu estava fazendo aquilo
para me aparecer ao receber essa noticia fiquei chateado não só com isso mas
com e-mail que avia recebido com propostas de fazer eventos para afrontar
clubes ou telefonemas de gente perguntando quem eu era e qual a minha
intenção após isso passei a ter uma postura diferenciada.
Hoje a conversa (isso quando há conversa), é em torno de
quantas motos antigas a pessoa tem onde ninguém respeita ninguém, um não
respeita a pessoa que coleciona e gosta da Vespa original como era na época e
outros não respeitam as pessoas que gostam de modificar com um intuito de poder
pegar estrada no fim de semana.
Um conhecido me contou que um individuo ao criticar seu
clube fez o comentário de que “não passava de um clube de PX”, ai me veio o pensamento
de como andava as conversas. Você ter uma Vespa PX virou um termo de
inferioridade e assim foi aparecendo clubes e grupos que não se entendem entre si, afrontam uns aos outros seja ao vivo ou na web
com inúmeras justificativas e razões como você é do interior de São Paulo portanto
é caipira, ou seu grupo não é melhor do que o meu, meu Estado é melhor do que o
seu e por ai vai.
O
fato de ter comprado uma Vespa 150 Super aprendi a valorizar em muito a Vespa
PX, pois ela além de ser a ultima das clássicas e também uma soma de todas as
antigas e ao mesmo tempo uma inovação entre elas e como o titulo fala É ÚNICA.
Para poder passear com a Super tive que
abrir mão do motor original já de cara, pois quem já esta acostumado com um
200cc ignição elétrica não vai conseguir o mesmo resultado com um motor 150cc
platinado, então um amigo meu mecânico tratou logo em colocar um 200cc e fora outras adaptações de
peças da Px pra a Super em busca de melhora.
Logico que ainda sofro com a suspenção original poderiam
ate ter colocado o da PX ou o banco bipartido onde o conforto numa viagem não é
muito bom, mas não quis modificar a originalidade onde os olhos alcançam, mas
sei que a ciclística uma para a outra é muito diferente e por mais que mude uma
peça de uma para a outra nunca vai ser a mesma coisa aprendi a gostar de cada
uma ao seu jeito. Se antes reclamava de peças da Px hoje vejo que a Super é
muito pior em se tratando de Brasil por isso uso muito pouco mais para passear já
a amiga velha de guerra A PX é para todas as horas sem deixar de enfatizar que
sem a PX e sua enorme venda no Brasil o amante de Vespa nacional estaria
perdido e a situação estaria muito pior.
Mas com isso percebi uma situação que
se você tem uma PX você é inferiorizado ou se tem uma Super não serve para
andar com a gente ou quer aparecer, então qual é a desses caras? O cenário é de um
individualismo entristecedor onde cada um pensa no seu próprio umbigo é como
diz um amigo meu esse pessoal faz isso com Vespa imagina se fosse uma Ferrari!
No Brasil já não existe muita e com pessoas assim a coisa fica a cada dia pior,
onde cada passo dado é frustrado por um comentário invejoso ou maldoso onde
cada um tem seu próprio esquema de compra de peças e cada um que se vire como
pode e ai a simples troca de experiências foi substituída por obtenção e
ocultação de conhecimento.
Depois desse tempo onde parei de representar por meio de
caracteres gráficos o que pensava ou penso a respeito da Vespa o silencio me
fez aprender algo onde observar é melhor do que jogar palavras ao vento onde
tudo que diz é usado contra você mesmo.
Há rumores
que a Vespa e Piaggio vão vender e montar scooters no Brasil, mas não sei o que
será ou ira acontecer, pois como aconteceu a respeito da LML no Brasil ela não
foi para frente pelo contrario recebeu inúmeras criticas do tipo que não era
uma Vespa original e com certeza os puristas ou hipócritas de uma cena minúscula
vão dizer da volta da Piaggio “essas scooters não são clássicas”, mas para um
lugar que não tem nada capaz de acontecer algo novo.
O que resta é observar e torcer para que venham melhores expectativas
num cenário tão pequeno quase ínfimo e muito segregacionista no sentido de determinados indivíduos impedem várias pessoas
o usufruir do direito de serem felizes com o que gostam e o que tem, numa
esperança que surjam pessoas com interesses em comum em agregar, compartilhar e não
serem excludentes querendo tirar pessoas de um determinado grupo. Quem sabe
surja um convívio mais harmonioso, agradável
onde há apenas pessoas que gostam de uma motocicleta da
categoria scooter fabricada inicialmente em Pontedera (Itália) em 1946 pela
Piaggio chamada Vespa. ;)
ótimo artigo
ResponderExcluirconvido vc a conhecer o meu blog motonetafloripa.blogspot.com
ResponderExcluirObrigado pelo convite e pelo comentário fico contente que tenha gostado...
ExcluirExcelente texto! Linkei seu blog lá no nosso www.vespasnaestrada.com
ResponderExcluirabraços!
Parabéns Celsinho ! Sempre mandando bem, bons roncos e fumaças. Abs
ResponderExcluir